Saturday, April 19, 2008

Sabado?

É sabado a noite e eu estou em casa sem ânimo e paciência pra sair...
Muitos podem pensar: Coisa de nerd, pecado terrível não aproveitar o sabado e blá blá blá caixinha de fósforo...
Como pra mim não faz diferença se é sabado, domingo ou terça-feira, só saio quando tenho vontade e pronto!
Agora indo ao que realmente interessa (esquecendo a minha vida pessoal que é muito interessante! ha ha ha ha! u.u) resolvi postar aqui, mesmo sem nada pra escrever e não só pra atualizar, mas pra postar uma das obras de um dos gênios da literatura lusa, que consegue passar com alguma clareza como me sinto hoje, então essa é em homenagem ao grande Fernando Pessoa:

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.


Et c'est finie!

Wednesday, April 09, 2008

Pátria amada Brasil!

É muito bom saber que no país onde moro, as coisas têm mudado tanto, que chega a ser estranho ouvir pessoas reclamando de alguma coisa, mas mesmo assim algo me chamou atenção semanas atrás: o caso da menina Isabella, porque em um país como o nosso, onde raramente ocorrem episódios como esse é de se estranhar ver tantas notícias relacionadas ao caso, já que a mídia brasileira nunca faz sensacionalismo com quase nada, e mais ainda com a violência retratada, pois nós sabemos que não acontecem com freqüência.

Outro ponto importante é o fato de ser apenas uma criança inocente, natural que todos fiquem chocados, pois: violência contra a criança, exploração infantil, abuso contra menores, degradação moral e a própria banalização da vida são coisas que não fazem parte da nossa realidade!

Crianças corrompidas, se drogando, vendendo, marginalizando, morrendo em trocas de tiros com a polícia, perdendo suas vidas em trabalho escravo são cenas incomuns no cotidiano brasileiro, onde a criança é respeitada, tem uma infância feliz e todos os direitos rigorosamente garantidos. Afinal são o futuro do país, que preza por isso, dando educação pública de primeira qualidade, desde a alfabetização até o ensino superior, o que nos faz ter um dos índices de analfabetismo real e literário mais baixos existentes.
Natural em um meio tão desenvolvido e politizado, onde a desigualdade social é praticamente escassa; que o racismo e o sexismo foram superados; que o tráfico, a criminalidade e a violência foram diminuindo drasticamente até chegarem a ser insignificantes.

Falar das ótimas e exemplares reformas feitas nos últimos anos, pelo nosso integro e transparente governo, que permitem de forma exemplar a total liberdade seja ela de expressão, de voto, de pensamento, de matrimônio e afins sem nenhuma retaliação. Onde se pode ir e vir livre de preocupações com assaltos ou mesmo coma corrupção e abuso de poder policial, já que esses tem treinamento e conduta exemplar.
Tudo isso confirmando como a legislação e o sistema funcionam com perfeição, fazendo com que a população se orgulhe em dizer: “O melhor do Brasil é o brasileiro”, povo patriota que ama seu país incondicionalmente e não apenas na época da copa do mundo.

É em meio a tanto patriotismo que emocionalmente convoco todos os brasileiros satisfeitos como eu a cantarmos o hino nacional, o símbolo da nossa incontestável soberania e profundo esclarecimento intelectual:

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade

Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,

Idolatrada,
Salve! Salve!